Equipe ABREN

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A ABREN integra o Global Waste to Energy Research and Technology Council (GWC) e é associada da Associação Internacional de Resíduos Sólidos ou International Solid Waste Association (ISWA)

Os Benefícios Socioambientais da Recuperação de Energia do Lixo Urbano, Por Yuri Schmitke para a Revista Full Energy

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A destinação dos resíduos sempre foi um desafio milenar para todas as civilizações. No mundo moderno, tem avançado bastante com a aplicação de tecnologia e metas para reduzir ao máximo a disposição em aterros, especialmente em face das atuais práticas de consumo e a geração de quantidades enormes de resíduos (lixo) todos os dias.

Dados do Ministério do Meio Ambiente e do Ministério do Desenvolvimento Regional (SNIS e SINIR, 2020), apontam que a Região Nordeste destina 4,4 milhões de ton/ ano aos lixões e 4,3 milhões a aterros controlados, e a Região Sudeste destina 3,6 milhões de ton/ano de RSU aos lixões e 5,3 milhões de ton/ ano para aterros controlados. Esse é um cenário desolador e que merece grande esforço de toda a sociedade para uma solução sustentável de gestão de resíduos.

Além disso, segundo aponta estudos da Associação Internacional de Resíduos Sólidos (ISWA, 2015), o custo do atendimento médico à população afetada pela má gestão do lixo é calculado entre 10 e 20 $/T (dólares por tonelada) de resíduo sólido urbano (RSU), equivalente a uma média de 75 R$/t (reais por tonelada).

Estudo realizado pela ABREN nas 28 regiões metropolitanas do Brasil com mais de 1 milhão de habitantes, demonstra que seria possível economizar cerca de R$ 2,4 bilhões por ano, ou R$ 72 bilhões em 30 anos na saúde pública. Mas consideramos todo o lixo não tratado e que pode causar dano à saúde pública, que representa aproximadamente 96% das 79 milhões de toneladas geradas por ano no Brasil, o gasto com a saúde pública pode chegar a R$ 5,6 bilhões de reais por ano, ou R$ 160 bilhões em 30 anos.

Vale ressaltar, os 13 países com uma taxa tratamento térmico de RSU superior a 25% do total gera- do estão também entre os 16 primeiros países no Índice de Saúde e Bem-Estar do Fórum Econômico Mundial, sendo que a implementação de usinas de recuperação energética de resíduos (URE) per- mite incomensuráveis benefícios à saúde da população.

Segundo dados do Banco Mundial (2014), os locais onde as UREs foram instaladas apresentam também as taxas de reciclagem mais elevadas no mundo. No Brasil, elas permitiriam a recuperação de em média 23 kg de metais reciclados para cada tonelada de resíduo tratado. A implantação de usinas nas

28 regiões metropolitanas Brasileiras, com mais de 1 milhão de habitantes, teria potencial de recuperar mais de 800.000 toneladas de metais por ano, e que continuariam enterrados e perdidos, pois aterros não permitem a recuperação de metais.

O 5º Relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) aponta que as usinas URE reduzem em 8 vezes as emissões de gases de efeito es- tufa quando comparadas com os aterros com sistemas de captura, e são a forma mais eficaz para mitigação dos gases de efeito estufa dos RSU. Para cada tonelada de resíduo tratado em uma URE, deixa-se de emitir cerca de 1.550 kg de CO2 equivalente em relação a aterros com 20% de queima por flare de segurança.

Apesar dos custos de implantação de uma URE ser aproximada- mente 50% maior do que de aterros sanitários que utilize as modernas tecnologias de osmose reversa e captura de biogás, há destacados benefícios socioambientais para a solução de tratamento térmico e biológico do lixo urbano, cujo resultado leva os custos de uma URE serem menores a longo prazo em virtude das externalidades apresentadas. São questões que sempre merecem uma reflexão do gestor público para a atingimento das metas de sustentabilidade na gestão de resíduos do Município.

Escrito por MSc. Yuri Schmitke A. Belchior Tisi, Presidente Executivo da ABREN – Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos, Presidente do Waste to Energy Research and Technologyn Council – WtERT Brasil e sócio da Girardi & Schmitke Advogados.

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