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Equipe ABREN

A ABREN integra o Global Waste to Energy Research and Technology Council (GWC) e é associada da Associação Internacional de Resíduos Sólidos ou International Solid Waste Association (ISWA)

Usina de Mauá não é Incineradora

A incineração é uma forma de tratamento térmico popularmente conhecida como “queima”. Trata-se de uma combustão controlada, onde o lixo é transformado em gases e cinzas.

O uso do termo “incineradora” como sinônimo de “Unidade de Recuperação Energética” (URE) não é adequado, pois induz a uma interpretação equivocada sobre deste tipo de instalação – como a que está sendo discutida em Mauá, além de trazer a memória, antiquadas e ultrapassadas usinas de queima de lixo que duraram cerca de 50 anos em São Paulo e que foram desativas nos anos 90.

A incineradora tem como função, eliminar o lixo – reciclável e não reciclável. Já as Unidades de Recuperação Energética têm como objetivo, recuperar a energia dos resíduos, gerando produtos de valor agregado.

Ainda não existem usinas URE operando com lixo urbano em escala comercial no Brasil, mas os projetos não param de surgir, o que têm assustado pessoas com desconhecimento do processo, em especial catadores de lixo que temem perder sua fonte de renda.

Catadores de Lixo e URE´s
Cabe esclarecer ainda que não há fundamento nos que imaginam uma disputa entre as UREs e os profissionais catadores e selecionadores de resíduos sólido urbano (lixo). Eles NÃO competem pelo mesmo tipo de material. De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos vigente no Brasil, a reciclagem é prioritária às demais formas de tratamento e destinação do lixo urbano. Portanto, por força da lei, só podem ser enviados às UREs, os materiais não recicláveis ou reaproveitáveis.

Cabe esclarecer alguns dos erros mais importantes cometidos por quem desconhece as vantagens das UREs e defendem a permanência dos aterros sanitários:

Lucratividade – A construção de uma URE exige um investimento inicial alto (especialmente na aquisição dos filtros) da ordem de centenas de milhões de dólares. Portanto não se trata de um empreendimento barato. Mas ela vale a pena porque o investidor recebe de volta o capital investido, pelo ganho com a venda da eletricidade gerada.

Comprometimento da área – As UREs são plantas termelétricas que funcionam com combustível de lixo, têm vida útil de cerca de 30 anos, ocupam pequeno espaço e depois que chegam ao fim de sua vida são desmontadas e pode-se utilizar o local normalmente.

Já os aterros, ocupam espaços enormes e depois que chegam ao fim de sua vida, de cerca de 20 anos, o local fica em constante monitoramento e quase totalmente inutilizado, isto é, são um passivo para as gerações futuras.

Fonte de Energia – Além disso, as UREs permitem que o lixo se transforme em eletricidade e retorne para a comunidade como um benefício. Enquanto que os aterros, se forem muito bem projetados, têm o potencial de gerar um gás que pode ser convertido em eletricidade, mas este processo é muito menos eficiente e complicado do que a geração de eletricidade nas UREs.

Poluição – A principal argumentação para desqualificar as UREs é de que elas são perigosas porque emitem gases tóxicos, mas a maior parte dos gases emitidos por estas usinas se resumem a gás carbônico e vapor, que não são perigosos. A tecnologia atual (filtros e lavadores) permite que a emissão possíveis gases poluentes, fique muito abaixo dos limites legais, sem comprometer a saúde e o ambiente. Importante é a obediência à Lei e controle do Poder Publico.

Maria Luisa Carneiro
Pesquisadora
Doutora pela PUC Rio / Laboratorio Energia e Ambiente Piacenza (LEAP), Italia

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