Uma nova pesquisa da Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos (Abren) aponta que a recuperação energética poderia evitar a emissão de 91 milhões de toneladas de CO2 por ano e impediria o envio de 96% de resíduos aos aterros sanitários das maiores cidades do país. Os investimentos previstos em recuperação energética são de R$ 78,3 bilhões, segundo cálculos da associação.
Esse volume de recursos pode ser aplicado em usinas de recuperação energética, plantas de produção de combustíveis de derivados de resíduos (CDR) e na produção de biogás. O estudo leva em consideração um cenário que representa 58% de todo o lixo urbano gerado no Brasil, englobando as 28 regiões metropolitanas com mais de 1 milhão de habitantes e os municípios com mais de 200 mil habitantes.
Nesse cenário, a Abren considera o tratamento de 46 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos por ano. Desse total, uma parcela de 62% seria para usinas de recuperação energética; 21% para CDR; 11% para biogás e 6% para reciclagem. Apenas 4% do lixo seria destinado a aterros sanitários.
A Abren diz que a tecnologia de utilização correta dos resíduos, após retirada dos recicláveis, é empregada há décadas na maioria dos países do mundo, com destaque na Europa, EUA, Canadá, Japão, China e Coréia do Sul. Porém, a América Latina ainda não possui nenhuma planta de grande porte de Waste-to-Energy (WTE) em operação.
“No Brasil, a utilização de resíduos como fonte de energia é utilizada em maior escala pela indústria cimenteira, e pela primeira vez a Aneel [Agência Nacional de Energia Elétrica] lançou leilão de novos projetos de Waste-to-Energy, tendo como combustível os resíduos sólidos urbanos, sendo que diversos projetos estão em processo de implantação”, disse a associação, que é presidida por Yuri Schmitke. O certame da Aneel está marcado para o dia 30 de setembro.