Obras vão começar no segundo semestre e serão concluídas em 2025; 650 toneladas de lixo de sete cidades da região serão tratados
O Consimares (Consórcio Intermunicipal do Lixo) anunciou que a Central de Tratamento de Resíduos Sólidos será construída em um parque industrial de Nova Odessa, nas proximidades da Rodovia Anhanguera (SP 330), a partir do segundo semestre de 2022, com conclusão no segundo semestre de 2025. O investimento será de R$ 500 milhões. A unidade vai atender sete cidades da região, entre as quais Sumaré, Hortolândia, Nova Odessa e Monte Mor.
Segundo o Consórcio, a previsão é que a usina comece a operar em 2025, para responder aos desafios do lixo de maneira sustentável e responsável. A usina vai produzir energia a partir do lixo.
Segundo o Consimares, o projeto nasceu do movimento Lixo Tem Valor e faz parte de um consórcio entre sete municípios vizinhos: Capivari, Elias Fausto, Hortolândia, Monte Mor, Nova Odessa, Santa Barbara d’Oeste e Sumaré, que juntos somam aproximadamente 942 mil habitantes.
A usina vai promover o tratamento térmico diário de 650 toneladas de lixo produzidas pela população, gerando 160 mil MWh/ano, o suficiente para abastecer quase metade da demanda da região. “O empreendimento surgiu perante a necessidade de se buscar um destino mais sustentável para os resíduos sólidos, que crescem exponencialmente, ao mesmo tempo em que os aterros sanitários da região estão próximos do fim de sua vida útil”, trouxe nota do consórcio.
A Central de Tratamento irá oferecer soluções sanitárias e ambientais aos municipios e, principalmente, será responsável pela geração de centenas de empregos diretos e indiretos, desde sua construção, operação e manutenção constante. “Para entender melhor o processo de tratamento, todo o resíduo que chegar à Central será triado, sendo que os materiais recicláveis provenientes da coleta seletiva serão separados pelos catadores – parte essencial nesse processo – e totalmente reaproveitados.
Já os rejeitos – materiais sem valor econômico e/ou não recicláveis, como o isopor – são destinados ao tratamento térmico, sendo transforma dos em energia elétrica”, explica o engenheiro elétrico Antonio Bolognesi, à frente do projeto, e um dos maiores especialistas na área de gestão de energia no Brasil.
Segundo o Consimares, essa tecnologia é mundialmente reconhecida como a única capaz de mitigar as emissões de gases de efeito estufa produzidos nos aterros sanitários. Além disso, com a reciclagem de 99% do volume tratado, evita-se a contaminação do solo e lençóis freáticos, eliminando também odores desagradáveis, contaminantes e presença de animais e insetos no perímetro.
O resíduo final pós-tratamento é um material inerte e inofensivo, utilizado, por exemplo, como complemento na produção de asfalto para melhorias na infraestrutura de regiões periféricas e como aditivo no concreto empregado na construção de moradias populares, postes de transmissão de energia elétrica e manilhas de água e esgoto.
Outro destino importante é dado aos residuos orgánicos provenientes de podas de árvores, praças, canteiros e limpeza de feira livre. Eles são tratados a partir de um sistema de biocompostagem, para posteriormente serem utilizados como adubo orgânico, retornando aos canteiros, parques, praças e agricultura familiar.
O mercado de recuperação energética de RSU – Resíduos Sólidos Urbanos poderá se consolidar graças ao novo marco regulatório do saneamento, aprovado pelo Congresso em 2020. Além da PNRS de 2010, que veta a partir deste ano, a criação de novos aterros sanitários, pressionando os tomadores de decisão para que formas mais sustentáveis de destinação de resíduos sejam adotadas.
Levando em conta esse cenário, o Ministério de Minas e Energia (MME) organizará leilões para que as centrais de tratamento de residuos possam vender sua energia, viabilizando assim os projetos. As concessões poderão ter validade de até 30 anos.