Projeto pode elevar capacidade de processamento para 1.700 toneladas por dia com a entrada da cidade no Consimares, mas depende de aprovação legislativa
O município de Campinas, em São Paulo, pode aderir ao projeto de implantação de usina de recuperação energética (URE) do Consimares – consórcio intermunicipal de manejo de resíduos sólidos formado por sete municípios da região metropolitana da cidade (Monte Mor, Elias Fausto, Capivari, Hortolândia, Nova Odessa, Santa Bárbara D’Oeste e Sumaré).
A adesão tem sinalização favorável por parte do Executivo local, mas a confirmação da entrada depende de futura apreciação, e aprovação, da Câmara Municipal, segundo fonte a par da negociação.
A participação de Campinas poderia elevar a capacidade total de processamento do consórcio para cerca de 1.700 toneladas diárias de resíduos, em comparação às atuais 700 toneladas. Apesar de considerada provável, a adesão só poderá ser formalizada após tramitação e aprovação legislativa local. Com os sete municípios, há viabilidade para uma URE de 20 MW de potência instalada, o que poderia mais do que ser dobrado com a entrada de Campinas, cidade com cerca de 1,19 milhão de habitantes.
O projeto do Consimares já conta com plano de negócios, licenciamento ambiental e edital de concessão prontos, mas os responsáveis decidiram aguardar a aprovação completa nos municípios participantes antes de publicar o edital. Trata-se aí de medida de segurança jurídica, tanto para o investidor quanto para o processo junto aos órgãos como o Ministério Público e a Cetesb.
Ainda segundo a fonte, diversas empresas estrangeiras e nacionais já iniciaram articulações para participar da futura licitação como fornecedoras. Entre elas, estão a suíça-japonesa Kanadevia Inova e a alemã Martin, que fez acordo com a brasileira Burntech, ambas com tecnologias consideradas de ponta no setor.
Além do projeto do Consimares, há outras iniciativas em desenvolvimento no Brasil, como a planta prevista para Brasília, que deverá ter capacidade próxima de 50 MW. O edital para concessão está sendo preparado com base em estudos ambientais preliminares e deve ser publicado em breve.
Além disso, na cidade de São Paulo, a gestão municipal determinou a implantação de até quatro unidades de recuperação energética como parte do novo contrato de concessão. A decisão foi motivada, entre outros fatores, pela limitação de espaço para novos aterros. A motivação, para especialistas do setor, é a falta de margem para expansão de aterros na capital.