A Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados realizou hoje (10) audiência pública para discutir políticas públicas que venham incentivar a adoção de energias renováveis no Brasil. ABREN participou da reunião através de seu presidente, o advogado Yuri Schmitke.
O deputado Sergio Vidigal (PDT-ES), que propôs o debate, destaca que as energias renováveis vêm ganhando importância no Brasil, mas precisam ser mais aproveitadas. “Já não é incomum encontrar edifícios que utilizam energia solar, ou empreendimentos que usam energia eólica e biomassa. Mas é importante acelerar a adoção de energias renováveis. Temos potencial enorme para produzir energia limpa, em nossas casas, em nossas empresas, ou mesmo em edifícios do setor público, mas pouco desse potencial é aproveitado”, afirma o parlamentar.
Clique no link para ver a fala do presidente da ABREN – http://bit.ly/2rDuyiP
O representante do setor de Recuperação Energética de Resíduos (Waste-to-Energy) no Brasil revelou que os resíduos não tratados são responsáveis por aproximadamente 11% do total de gases de efeito estufa emitidos na atmosfera. E que o metano (CH4) emitido nos aterros é 25 vezes mais nocivo que o gás carbônico (CO2). Apenas o Brasil produz 80 milhões de toneladas de RSU por ano, equivalente a 222 estádios do tamanho do Maracanã, comparou o presidente da ABREN.
Yuri ressaltou ainda que apenas 3,9% dos RSU no Brasil são destinados a reciclagem e compostagem, enquanto 59,1% são direcionados para aterros sanitários e 37% são jogados em aterros controlados e lixões a céu aberto, trazendo prejuízos incontáveis para o ambiente e para a saúde. O Brasil gasta R$ 1,5 bilhão no tratamento de doenças causadas pela exposição inadequada do lixo, ressaltou.
Aos gestores locais e autoridades federais presentes, Yuri apresentou as técnicas mais utilizadas no mundo para o tratamento térmico de resíduos, lembrando que “os países que mais utilizam usinas de tratamento térmico para quase eliminação do lixo, são os países que mais reciclam” pois somente a parte não reciclável é que é destinada às usinas.
O presidente da ABREN ainda traçou um panorama mundial do uso do sistema Waste-to-Energy (transformação de lixo em energia) no mundo. Trouxe casos específicos como a China e alguns países da Europa e finalmente apontou que o Brasil tem um potencial de 145 bilhões para investir neste setor nos próximos 12 anos, conforme dados da Climate Bonds Initiative (CBI).
Regulamentação para Waste to Energy
Ao final, Yuri Schmitke lembrou que as melhores praticas na gestão de resíduos sólidos nos países em desenvolvimento somente surgiram graças a implementação de leis que desmotivavam a manutenção de aterros sanitários ao mesmo tempo que oferecia incentivos ao surgimento de projetos de transformação de lixo em energia (Waste-to-Energy). O presidente da ABREN defendeu um projeto de lei com novo marco regulatório para a gestão de resíduos sólidos no Brasil, incluindo uma maneira independente de custear o melhor aproveitamento dos resíduos sólidos.
Além de Yuri Schmitke, participaram da audiência pública, Christiano Vieira da Silva, Superintendente de Regulação dos Serviços de Geração da Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL; Cláudio Roberto Saade, Diretor de Regulação de Gás Natural e Energia da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Governo do Estado do Espírito Santo; Álvaro Rojo Santamaria Filho, Gerente Executivo da Diretoria de Agronegócios do Banco do Brasil; Guilherme Oliveira Arantes, Gerente do Departamento de Energia Elétrica do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES; Stephanie Betz, Analista do Departamento Técnico Regulatório da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica – ABSOLAR; e Laís Naoko Higashi, Presidente da ONG Litro de Luz Brasil.
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