Embora seja o quarto maior gerador de resíduos sólidos no mundo, produzindo 82,5 milhões de toneladas de lixo por ano, de acordo com Carlos Silva Filho, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Clima registra apenas 49 projetos de recuperação de biogás no Brasil.
É um número muito pequeno considerando que 2.612 municípios dispõem de aterros sanitários, segundo os números de Silva Filho, que recebem em torno de 60% dos resíduos urbanos gerados, algo próximo a 50 milhões de toneladas anualmente. Até 2040, com base no Plano Nacional de Resíduos Sólidos, o país terá que destinar 63,4% dos resíduos para a recuperação de biogás, suficiente para abastecer com energia elétrica 9,5 milhões de domicílios.
Estudo patrocinado pela Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos (Abren), presidida por Yuri Schmitke, identificou viabilidade técnica e econômica para instalação de 274 usinas baseadas em três rotas tecnológicas diferentes para aproveitamento energético de resíduos urbanos gerados por 28 regiões metropolitanas com mais de um milhão de habitantes, incluindo 95 plantas para produção de combustíveis derivados de resíduos, outras 94 unidades de recuperação energética e 85 usinas de biogás obtido por meio de biodigestão anaeróbica. Isso exigiria um investimento próximo a R$ 80 bilhões, estima Schmitke, gerando 15 mil empregos diretos e mitigando emissões ao redor de 64,5 milhões de toneladas de CO2 por ano.
Essas termelétricas teriam capacidade para abastecer até 3% da população, em uma potência estimada em 2,5 gigawatts (GW), saindo de 199,8 megawatts (MW) e participação inferior a 0,1% na matriz energética, considerando todo o biogás capturado atualmente.
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