O início de dezembro foi marcado pelas ações em prol do meio ambiente em meio a COP 28. Na ocasião, especialistas brasileiros estiveram presentes, de modo a entregar uma carta ao Ministro das Cidades, Jader Filho, destacando preocupações sobre as emissões de metano provenientes de aterros sanitários no Brasil.
O documento, inclusive, foi criado justamente por Jader pontuar durante o evento a importância de investir no setor de resíduos para reduzir as emissões de gases de efeito estufa nas cidades. Dessa forma, Yuri Schmitke, Presidente Executivo da Associação Brasileira de Recuperação Energética (ABREN) e Vice Presidente do Global Waste to Energy Research and Technology Council – WtERT, entregou a carta assinada pelo WtERT e pela Sharjah University ao Presidente Designado da COP 28, Sultan Ahmed Al Jaber.
Segundo a ABREN, a carta alerta para as emissões de metano em aterros sanitários, indicando que, mesmo com sistemas modernos de captura de biogás, entre 50% e 70% do metano escapa, conforme observado por imagens de satélite da NASA. Além disso, no Brasil, as emissões são de 3 a 10 vezes superiores em comparação com as declarações dos aterros no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo – MDL da Convenção Quadro das Nações Unidas para a Mudança do Clima – UNFCCC.
Além de fazer o alerta, por sua vez, o documento trouxe para si uma das soluções para driblar o problema. Segundo a ABREN, o desvio de parte do resíduo para o tratamento waste energy poderia contribuir consideravelmente para os números em questão.
“A solução para este problema é desviar os resíduos de aterros, seguindo a hierarquia de resíduos: reutilizar, reciclar, e efetuar o tratamento térmico (waste to energy) e biológico (compostagem). Essas práticas levam a uma redução de 9,2 vezes dos gases de efeito estufa, conforme estudo do Brazil Energy Program – BEP do Reino Unido (UK, 2022)” explica a ABREN.
Vale pontuar que o processo waste energy é aquele onde os resíduos não recicláveis são transformados em energia a partir de usinas de tratamento térmico. Contudo, atualmente o Brasil só possui apenas uma usina ainda em construção, sendo necessário mais incentivos governamentais e privados para que as usinas passem a trabalhar o lixo por aqui.
FONTE: https://www.biomassabr.com/bio/resultadonoticias.asp?id=6045#