A associação participou, pelo quinto ano consecutivo, das discussões setoriais do Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico (ENASE), realizado no Rio de Janeiro.
O presidente da Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos (ABREN), Yuri Schmitke, participou na última quinta-feira (20) do Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico (ENASE) 2024, realizado no Rio de Janeiro. O executivo da ABREN representou a associação pelo quinto ano consecutivo no evento e integrou duas mesas de debate.
O primeiro painel, que teve como tema “Bioenergia e Gás Natural – Fontes promissoras para um futuro descarbonizado?”, discutiu os caminhos para construir um mercado competitivo para o gás e o potencial do biogás e do biometano, levando em conta os objetivos de desenvolvimento sustentável.
Durante sua apresentação, Schmitke abordou o projeto European Union Climate Dialogues (EUCD), implementado pela ABREN no Brasil e financiado pela União Europeia, e que tem como objetivo promover a produção sustentável do biogás e do biometano nos setores da agropecuária e resíduos urbanos no Brasil.
Segundo o representante da ABREN, o Brasil tem um enorme potencial de investimento no biogás e biometano, especialmente no setor da agropecuária, que representa 92% desse potencial. São necessários instrumentos econômicos diferenciados a partir do tipo de resíduo e tamanho da planta, como adotado na Europa, para que as opções mais sustentáveis tenham maior viabilidade econômica, como é o caso do biogás produzido a partir da biodigestão anaeróbia de resíduos da agropecuária e urbanos.”
Ainda nesta quinta-feira, Schmitke participou do fórum “Bioeletricidade e Cogeração: Avanços e Oportunidades”. A bioeletricidade, produzida por meio da gaseificação – na forma de biogás – ou em sua forma tradicional, resultado da combustão da biomassa, tem ganhado significante participação na matriz energética brasileira como uma fonte alternativa e renovável aliada as metas de descarbonização e aponta o papel estratégico do setor sucroenergético como atores protagonistas deste processo.
Durante o painel, o presidente da ABREN abordou o potencial da bioeletricidade, as maneiras de diversificação, sua relevância estratégica para o país e os incentivos fiscais. “A geração de energia por meio dos resíduos, seja por meio do biogás, biometano ou recuperação energética (combustão) de resíduos sólidos urbanos, tem uma enorme importância, pois evita as emissões de metano dos setores da agropecuária e resíduos urbanos, que hoje representam 90% das emissões deste potente gás de efeito estufa que é 86 vezes mais potente que o CO2 no horizonte de 20 anos (GWP 20)”, destacou.
Além disso, “são setores que devem demandar investimentos na ordem R$ 480 bilhões nos próximos anos e merecem uma atenção especial diante do seu enorme potencial de descarbonização em comparação com outras fontes renováveis”, concluiu Schmitke.
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