H2A investe R$ 1,7 bilhão em mais de 20 unidades de biometano (Brasil Energia)

A empresa nacional vai inaugurar a primeira unidade em cerca de um mês. O planejamento envolve mais de 20 plantas, que também geram CO2 grau alimentício, revela Teixeira

A H2A Ambiental, de Florianópolis (SC), está investindo R$ 1,7 bilhão para implantar unidades de produção de biometano nos próximos cinco anos. O recurso envolve mais de 20 plantas, em projetos já estruturados, com produção prevista de 800 mil metros cúbicos diários de biometano purificado e de cerca de 700 toneladas de CO2 alimentício por dia, extraído da purificação do biogás.

O primeiro projeto entrará em operação em julho deste ano, no município catarinense de Campos Novos. A unidade, instalada em parceria com a cooperativa Copercampos, utilizará dejetos suínos como principal insumo e terá capacidade inicial de 16 mil m³/dia de biometano. Toda a produção já foi contratada pela White Martins, que fará a entrega do biometano com carretas próprias a uma indústria.

Segundo o diretor-presidente da H2A, Adilson Teixeira, a planta de Campos Novos representa um marco por estar localizada na origem da cadeia de suinocultura da Copercampos, considerada a maior cooperativa de matrizes suínas da América Latina.

O segundo projeto, em parceria também com produtor de suínos, será instalado em Rio Verde, Goiás, com operação prevista até o fim de 2025. A unidade terá a mesma capacidade da planta catarinense e terá o biometano vendido a indústrias da região para substituir GLP e, em menor percentual, para postos de combustível da região como BioGNV. A planta utilizará tecnologia francesa da Prodeval, com eficiência de 99% na purificação do biogás e biometano com pureza de 98%.

Em Ponta Grossa (PR), a H2A prepara sua terceira unidade, com início de operação previsto para 2026. O projeto iniciará com uso de silagem de milho, sorgo e capim, cultivados para fins energéticos, substratos que futuramente devem ser substituídos por resíduos agrícolas da região.

A planta paranaense terá capacidade de 20 mil m³/dia, com expansão prevista para 30 mil m³/dia. A venda do biometano já foi contratada com a Compagas, por meio de chamada pública vencida pela empresa em2023, em acordo de dez anos com cláusula de take or pay de 90%. A unidade está sendo construída ao lado do ponto de conexão do gasoduto da distribuidora.

Estratégia

De acordo com Teixeira, a combinação entre biometano e CO2 alimentício permite maior viabilidade econômica dos projetos. “As plantas são completas, que geram biometano de alta pureza (98%) e CO2 com 99,99% de pureza. Em alguns casos, a receita com CO2 até supera a do gás renovável”, disse à Brasil Energia.

Apesar do incentivo que o mandato de 1% de compra de biometano previsto na Lei do Combustível do Futuro, que passa a valer a partir de 2026, significa para o mercado nacional, Teixeira destaca que a demanda da empresa é puxada principalmente por clientes privados, em compras diretas.

Nesses casos, os contratos podem ser por entrega via duto virtual – carretas com o gás comprimido e bases de descompressão nos clientes – ou no duto de fato, por swap, quando o biometano é injetado em um ponto do gasoduto da concessionária para ser equiparado ao consumo de gás natural no ponto do cliente. Para garantir a operação, a empresa emite certificados de rastreabilidade, como o Gas-REC.

Para viabilizar o financiamento das plantas, sempre de propriedade da H2A (quando em parceria, com participação majoritária), a empresa está estruturando contratos de venda antecipadamente como forma de garantir financiamentos com fundos nacionais e internacionais. Atualmente, porém, os recursos externos são mais atrativos, por conta da alta nos juros do Brasil. “Os fundos usam os contratos como garantia”, diz.

A H2A afirma ter seis unidades com pedido de autorização junto à ANP e outras dez em fase final de estruturação. Segundo Teixeira, a meta é protocolar até 16 pedidos até o fim deste ano. O processo, segundo ele, tem sido ágil: “Já conhecemos os trâmites e estamos conseguindo autorizações em menos de 30 dias”.

A estratégia da empresa passa pela identificação de regiões com oferta de resíduos ou demanda firme por gás renovável. A partir da viabilidade econômica, a H2A estrutura os contratos de fornecimento de insumo e venda do produto e só então inicia o desenvolvimento do projeto de engenharia.

Teixeira aponta, porém, desafios regulatórios estaduais para a injeção de biometano em redes de distribuição para os contratos de swap. Embora estados como São Paulo e Santa Catarina já permitam a modalidade, outros, como o Paraná, ainda aguardam regulamentação pelas agências estaduais.

Fonte: https://brasilenergia.com.br/energia/bioenergia/h2a-investe-r-17-bilhao-em-mais-de-20-unidades-de-biometano

Compartilhe esta publicação!

H2A investe R$ 1,7 bilhão em mais de 20 unidades de biometano (Brasil Energia)

Picture of Equipe ABREN

Equipe ABREN

A ABREN integra o Global Waste to Energy Research and Technology Council (GWC) e é associada da Associação Internacional de Resíduos Sólidos ou International Solid Waste Association (ISWA)

Outras Publicações:

Abrir bate-papo
Olá! Somos a ABREN. Precisa de ajuda? Estamos à disposição!