Kanadevia Inova mira projetos de recuperação energética no Brasil (Brasil Energia)

Empresa projeta instalação de escritório no país e já negocia com fornecedores locais

A Kanadevia Inova, grupo suíço e japonês com experiência global na engenheira e implantação de usinas de recuperação energética (UREs), iniciou tratativas para participar ativamente do mercado brasileiro de tratamento térmico de resíduos sólidos urbanos.

Com presença consolidada na Europa e Ásia, com mais de 600 UREs implantadas pelo mundo, a empresa prevê a instalação de um escritório no Brasil e já mantém conversas com fornecedores locais para atender as previstas plantas em desenvolvimento no país.

De acordo com Roland Greil, gerente sênior de vendas da companhia, a expectativa é começar pela atuação nos novos projetos de São Paulo, onde estão previstas UREs com capacidade para mil toneladas por dia cada e cerca de 30 MW de potência instalada, parte do compromisso de renovação da concessão da gestão do lixo na capital paulista com as concessionárias Ecourbis e Loga. “A intenção é abrir uma base no Brasil conforme os projetos avancem”, afirmou o executivo.

As futuras usinas integram um modelo que associa incineração controlada à triagem mecânica de resíduos, visando reduzir o volume destinado aos aterros. Segundo Greil, esse tipo de integração é comum em países europeus, embora os formatos variem entre as nações. “Na Suíça, por exemplo, já separamos (o lixo) em casa. O que vai ao saco do lixo é destinado à URE. Em outros países, o tratamento mecânico é feito após a coleta”, explicou.

O executivo destaca que a recuperação energética não conflita com as políticas de reciclagem. Ao contrário: “Os países que mais utilizam usinas de incineração são também os que mais reciclam. É uma combinação necessária. Nem tudo é reciclável, e a energia do resíduo pode ser aproveitada com segurança.” Na Suíça, por exemplo, a taxa de reciclagem e compostagem dos RSUs é de 50%, com a outra metade sendo destinada a usinas de recuperação energética.

Segundo Greil, a tecnologia da Kanadevia  é resultado de décadas de desenvolvimento, com melhorias contínuas no controle de combustão e na eficiência energética. Para ele, esse avanço se traduz em menor necessidade de oxigênio, mais geração de energia e menos emissões. “Utilizamos grelhas modernas que permitem queimar com eficiência e gerar mais eletricidade. Isso impacta também na qualidade das cinzas e nos custos operacionais.”

A empresa, que integrava o grupo Hitachi Zosen Inova até a recente mudança de nome, ainda não possui plantas em operação na América Latina. A entrada no Brasil, portanto, representaria a primeira implementação regional da tecnologia. “Já tentamos iniciar um projeto no México anos atrás, mas não avançou por questões políticas. Agora, o Brasil pode ser o primeiro da região”, destacou.

Greil observa que o modelo brasileiro ainda enfrenta desafios na separação e valorização dos resíduos, o que reforça a importância da educação ambiental e da criação de mercados para materiais recicláveis. “Separar só faz sentido quando existe indústria capaz de transformar o resíduo. Sem mercado, a reciclagem não se sustenta.”

Fonte: https://brasilenergia.com.br/energia/bioenergia/kanadevia-inova-mira-projetos-de-recuperacao-energetica-no-brasil

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